O que é slow travel?

Os movimentos de slow food e slow fashion ganharam mais um aliado, o slow travel. A nova tendência defende que viajar deve ser mais do que dar check em uma lista de pontos turísticos. Os adeptos ignoram os roteiros óbvios e as dicas que dizem o que todo viajante tem que fazer. Preferem desbravar o destino com calma – mesmo que isso signifique deixar de conhecer várias partes – do que planejar minuto a minuto do dia para fazer o máximo possível.

O crescente número de slow travelers é uma resposta para o chamado “burnout do turismo” ou overtourism. A ideia de que é preciso fazer determinados passeios dados como imperdíveis pode fazer com que as férias sejam mais cansativas do que prazerosas. O slow travel não é uma cartilha de como se comportar em viagens, e sim uma mentalidade.

É a ideia de se ver como protagonista da própria viagem. Ao invés de seguir um passo a passo que te coloca em uma caixinha turística genérica, é entender o que realmente faz sentido para si, a partir dos próprios gostos e desejos.

Engana-se quem pensa que o slow travel está necessariamente ligado à natureza. É sim possível ser slow até nas metrópoles mais agitadas do mundo, como Nova YorkParis ou Londres. Usemos exemplos de passeios clássicos, como subir na Torre Eiffel e assistir a troca de guardas no Palácio de Buckingham.

Muitos viajantes colocam tais atividades no roteiro por acharem que precisam e caso não façam, não vão ter verdadeiramente experienciado o destino. Já os slow travelers não se deixam levar pela pressão do senso comum refletem sobre a decisão. Isso faz sentido no meu contexto? Essas atrações têm a ver comigo? Eu prefiro usar esse tempo para fazer outra coisa?

O aspecto político

Para muitos adeptos, o slow travel também é político. Assim como o slow food e fashion priorizam pequenos produtores para colaborar com uma economia mais limpa, alguns slow travelers também seguem a linha de valorizar o local. Na prática, isso pode significar se hospedar em imóveis alugados ao invés de em hotéis de chancela internacional e ir a espaços menos turisticamente óbvios, onde os locais frequentam. E como os slows se misturam, a postura também engloba comer em locais que refletem a cultura do destino ao invés de em restaurantes que existem em várias partes do mundo e fazer compras que te fazem levar uma parte daquele lugar para casa ao invés de objetos sem identidade.

Outra forte veia política do slow travel é a sustentabilidade. O respeito ao meio ambiente se manifesta em diversos aspectos. Em entender que não é preciso comprar dezenas de souvenires de plástico por que as memórias são os bens mais valiosos a se levar para casa, por exemplo.

Como o grande gancho do slow travel é o tempo, o meio de transporte usado nestas viagens também é um dos principais tópicos. Muitos slow travelers preferem alugar uma bicicleta para explorar o destino com calma do que optar pela agilidade do metrô e perder a vida nas ruas no percurso debaixo da terra, por exemplo. Os mais entusiasmados abominam até os trechos de avião. A lógica é a de levar mais tempo no deslocamento via carro ou trem, mas aproveitar cada minuto admirando as paisagens do trajeto.

O que todos viajantes devem aprender com o slow travel

Em suma, o slow travel é sobre humanizar as viagens. É sobre dar a devida importância à vivência multissensorial do destino e entender que ela é fluida para além de uma lista pronta de paradas obrigatórias. Antes de ser um turista, você é uma pessoa inteira, com vontades e opiniões próprias, e por isso, deve seguir um roteiro (ou uma ausência de roteiro) que converse com a sua personalidade, ao invés de se encaixar em conceitos prontos criados por terceiros.

Boa viagem!

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